Favela do Moinho: Justiça suspende demolições por questões sanitárias e autoriza presença da PM
Justiça manda parar demolições na Favela do Moinho A Justiça determinou que o governo de São Paulo suspenda as demolições na Favela do Moinho, no Centro ...

Justiça manda parar demolições na Favela do Moinho A Justiça determinou que o governo de São Paulo suspenda as demolições na Favela do Moinho, no Centro da capital, até a próxima sexta-feira (24) por questões sanitárias. A decisão também autoriza a presença preventiva da Polícia Militar para evitar novas ocupações no local. O pedido foi feito pela Defensoria Pública da União e pela Defensoria Pública do Estado após denúncias de falhas no atendimento habitacional e de riscos sanitários provocados pelo acúmulo de entulho. Segundo a Secretaria Estadual de Habitação, 122 casas já foram demolidas até o momento. Durante uma audiência, a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) afirmou que todas as famílias cadastradas terão moradia garantida e que as demolições atingem apenas imóveis desocupados. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp A Defensoria, no entanto, apontou falta de diálogo entre os órgãos públicos e pendências no atendimento de 137 famílias que ainda vivem na comunidade. Ao final da reunião, a Justiça determinou a suspensão das demolições por dez dias — prazo para a retirada completa do entulho — e a retomada das reuniões entre os órgãos envolvidos. A desocupação da Favela do Moinho, cujo terreno pertence à União, vai completar seis meses na próxima semana. Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não informou como vai funcionar o policiamento na região. LEIA TAMBÉM: Favela do Moinho: do abandono da fábrica à luta por moradia e a presença do PCC na última comunidade do Centro de SP Moradores da Favela do Moinho antes de evento com Lula para assinatura de atos relativos à solução habitacional do local João de Mari/g1 História da Favela do Moinho Moinho é a última favela remanescente no Centro de São Paulo. Alvo de disputas territoriais e habitacionais, além da convivência com o crime organizado, a favela deve desaparecer em breve com a remoção dos moradores e a transferência da sede do governo para a região. Localizada entre os bairros Campos Elíseos e Bom Retiro, entre duas linhas de trens, a comunidade se instalou em um terreno abandonado após a falência da indústria Moinho Central no início da década de 1990. Sua trajetória é marcada por décadas de conflitos habitacionais, grandes incêndios, violência policial, a presença de organização criminosa, e a ausência de políticas públicas adequadas, transformando o local em um palco de disputas entre moradores e o poder público. Movimentação da tropa de choque da PM na Favela do Moinho, nesta quinta-feira (15) ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Em maio, o governo federal chegou a ameaçar interromper a cessão da área ao Estado caso as ações de demolição continuassem. Segundo o governo paulista, o processo ocorre de forma transparente e a presença da polícia tem como objetivo proteger os moradores que optaram por deixar a comunidade. As famílias cadastradas deverão receber um imóvel quitado de até R$ 250 mil, sendo R$ 180 mil pagos pela União e R$ 70 mil pelo governo de São Paulo. Até a mudança definitiva, será concedido um auxílio-aluguel de R$ 1.200 por mês, por até um ano. Em agosto de 2024, uma operação policial cumpriu 200 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão na comunidade. O Ministério Público denunciou 11 pessoas ligadas ao PCC, suspeitas de usar o Moinho para atividades criminosas, como o abastecimento do tráfico de drogas na Cracolândia. Cronologia da Favela do Moinho, em SP Arte/g1